Informação sobre Hemofilia

O que é Hemofilia ?é uma alteração hereditária da coagulação do sangue que causa hemorragias e é provocada por uma deficiência na quantidade ou qualidade dos fatores VIII (oito) ou IX (nove) de coagulação.Quando uma pessoa com hemofilia, ou outra desordem hemorrágica hereditária, machuca-se, o coágulo leva mais tempo para se formar ou, quando se forma, não tem a consistência adequada para parar o sangramento.

A hemofilia tem cura?A hemofilia ainda não tem cura, mas com os cuidados e tratamentos corretos é possível que o paciente tenha uma vida saudável e normal. Como qualquer outra pessoa, ele pode brincar, estudar, trabalhar, exercitar-se e ter momentos de lazer.
Quais são os tipos da hemofilia?Os tipos mais comuns são a Hemofilia A e a Hemofilia B. Elas apresentam os mesmos sintomas, mas são causadas pela deficiência de diferentes fatores de coagulação:

Hemofilia A: é mais comum e ocorre pela deficiência do fator VIII (oito). Representa cerca de 80% dos casos.
Hemofilia B: é causada pela deficiência do fator IX (nove).
O que são os fatores de coagulação?Fatores de coagulação são proteínas presentes no plasma, líquido amarelado que corres-ponde a 55% do sangue, que participam do processo de formação do coágulo. Existem diversos fatores de coagulação. A deficiência dos fatores VIII (oito) ou IX (nove) pode ser causada pela diminuição na sua produção ou pela produção de uma proteína defeituosa que desempenha mal sua função.

Quais são os graus da hemofilia?A gravidade varia de acordo com a atividade do fator de coagulação, que é medida por meio de um exame sanguíneo do paciente.Pessoas com atividade de fator VIII (oito) ou IX (nove), entre 50% e 150%, não têm hemofilia.
Quando a atividade desses fatores está abaixo da faixa supracitada, a hemofilia é classificada como:
A gravidade da hemofilia pode mudar com o tempo?Não. A gravidade da hemofilia não muda com o tempo porque o nível de fator é determinado pelo tipo de alteração genética que causa a coagulopatia em cada pessoa. Seja qual for, ela se manterá a mesma ao longo de toda a vida. Se uma pessoa tem hemofilia grave, os membros de sua família com a coagulopatia também vão ter o mesmo grau de atividade de fator de coagulação porque todos terão a mesma alteração genética.

Como as pessoas adquirem a hemofilia?A hemofilia não é contagiosa, pois as pessoas já nascem com ela. A hemofilia é causada por uma alteração genética passada da mãe para o filho. Assim como os filhos herdam dos pais características como a cor dos olhos e cabelos, também podem receber o gene da hemofilia.
As mulheres que têm o gene da hemofilia são chamadas de portadoras. Às vezes, elas podem apresentar sinais da hemofilia. Para cada criança nascida de uma mulher portadora, há 50% de chance de que o filho tenha hemofilia e 50% de chance de que a filha seja portadora do gene.
Se um homem com hemofilia tem um filho com uma mulher que não é portadora do gene da hemofilia, não há chances de um bebê do sexo masculino nascer com a coagulopatia. Mas, se esse homem tiver filhas, todas elas serão portadoras do gene da hemofilia e poderão transmiti-lo a 50% de seus filhos.
Se um menino nasce com hemofilia, apesar de ninguém na família possuir a coagulopatia, é possível que a mutação do gene tenha ocorrido espontaneamente na mãe, avó ou tataravó do bebê, e só agora tenha sido herdada por um membro masculino da família. Essas mutações espontâneas, que surgem em famílias sem histórico prévio de hemofilia, correspondem a 33% dos casos.
As mulheres também podem ter hemofilia, se o pai possuir o distúrbio da coagulação e a mãe for portadora do gene da hemofilia, mas esses casos são muito incomuns.

Quais são os sintomas da hemofilia?
Os sintomas da hemofilia A e B são os mesmos e variam em relação ao nível da gravidade. Entre os sintomas mais comuns estão sangramentos em excesso sem causa visível, ou após traumas, principalmente nas articulações e músculos. Quando uma pessoa com hemofilia se machuca, ela sangra por mais tempo. Pequenas lesões ou cortes podem ser controlados com limpeza e compressão local, mas cortes mais profundos precisam ser tratados por um profissional de saúde.
Em casos de hemofilia, é possível que haja:

Grandes hematomas;

  • Manchas roxas frequentes;
  • Sangramentos nos músculos e articulações, especialmente joelhos, tornozelos, quadris e cotovelos;
  • Sangramentos espontâneos ou por um longo tempo após um ferimento, remoção dentária, cirurgia ou acidente;
  • Inchaço e dor intensa no local do sangramento;
  • Sangramentos na boca, gengiva e nariz;
  • Presença de sangue na urina.

No caso das hemorragias articulares, chamadas de “hemartroses”, há rigidez, inchaço e calor no local, normalmente seguido de dor intensa e dificuldade no uso da articulação ou músculo afetado. Pessoas com hemofilia podem apresentar hemorragias nas articulações ao caminhar ou correr.

Como é feito o diagnóstico da hemofilia?

Muitos sintomas podem auxiliar no diagnóstico da hemofilia: manchas roxas frequentes, hematomas e sangramentos externos; sangramentos espontâneos ou além do normal; crises de dor nas pernas ou braços ou sangramento em excesso após uma lesão ou cirurgia. Como existem outros distúrbios de coagulação, o diagnóstico preciso é feito por meio de exames e acompanhamento médico. O diagnóstico correto, por meio de exames de dosagem dos fatores de coagulação, possibilita um tratamento eficaz que preserva a saúde do paciente, prevenindo situações de risco e sequelas físicas.

Parentes do sexo feminino, como mãe, irmãs e filhas de uma pessoa com hemofilia, devem ser avaliados pela equipe médica que atende o paciente com a coagulopatia para orientar sobre a necessidade de alguma medida preventiva antes de cirurgias ou em caso de sangramento excessivo.
O aconselhamento genético também é muito importante e consiste na discussão com uma equipe de saúde sobre as possibilidades de nascimento de um filho com hemofilia em uma família com histórico familiar de hemofilia. O aconselhamento deve ser feito, preferencialmente, pela mesma equipe responsável pelo tratamento do paciente ou por profissionais indicados pela equipe de saúde.

O que são e como agem os inibidores?

O tratamento mais comum recebido pela maior parte dos pacientes com hemofilia A ou B é a reposição dos fatores de coagulação VIII (oito) ou IX (nove), que são elaborados a partir do plasma de doadores de sangue sem hemofilia ou por engenharia genética. Em alguns casos, o sistema imunológico (as defesas) do paciente identifica o fator reposto como um elemento estranho, da mesma forma que reconhece um vírus ou bactéria. Isto leva ao desenvolvimento de anticorpos chamados de inibidores, que agem contra o fator de coagulação.

Os inibidores podem dificultar a atuação dos fatores repostos antes que tenham a chance de funcionar, reduzindo ou anulando seus efeitos. Cerca de 30% das pessoas com hemofilia A grave podem desenvolver inibidores em algum momento da vida. Entre os pacientes com hemofilia B grave, a incidência pode chegar a 4%.
Os inibidores podem ser classificados como:

De Alta Resposta: têm forte intensidade e seus níveis aumentam consideravelmente após o uso repetido dos fatores VIII (oito) ou IX (nove);
De Baixa Resposta: é considerado pouco “agressivo” e pode ser tratado, na maioria das vezes, com um concentrado do fator em doses maiores.

Quantas pessoas têm hemofilia no Brasil e no mundo?

Existem hoje cerca de 400 mil pessoas com hemofilia no mundo, em sua maioria do sexo masculino. No Brasil, são cerca de 17 mil pessoas com hemofilia, von Willebrand ou outras coagulopatias hereditárias, segundo dados da Federação Brasileira de Hemofilia. Estima-se que cerca de 1 em cada 10 mil meninos nasça com o gene da hemofilia A, e 1 em cada 30 mil tenham hemofilia B.


Como anda o tratamento no Brasil?

Embora o tratamento de reposição de fatores VIII (oito) ou IX (nove) possa oferecer ao paciente uma vida perfeitamente normal, somente 25% das pessoas com hemofilia no mundo recebem tratamento adequado e de qualidade.

No Brasil, todos os pacientes têm direito a receber os medicamentos, e o tratamento é gratuito em todo Sistema Único de Saúde (SUS). De 2009 a 2012, o Brasil obteve grandes avanços na aquisição de fatores de coagulação, o que permite a realização do tratamento de profilaxia para todas as pessoas com hemofilia grave, o aumento das doses domiciliares e a implantação do tratamento de Imunotolerância (eliminação do inibidor). Para receber os tratamentos, os pacientes precisam estar registrados em um dos Centros de Tratamento de Hemofilia (CTH) do Brasil, constituindo responsabilidade das pessoas com coagulopatias buscarem o tratamento mais adequado. Sem o tratamento preventivo (profilaxia), muitas das pessoas com hemofilia podem vir a desenvolver deficiências físicas graves.

Fonte:http://www.hemofiliabrasil.org.br/notomdavida/publicacoes

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